O Brasil fala alto, a sociedade paga o preço
A nova era da insegurança tributária no Brasil
Vivemos hoje um ponto de inflexão na história recente brasileira. Nas últimas semanas, uma sequência de anúncios governamentais relacionados à tributação de investimentos não apenas causou surpresa, mas também acendeu um sinal vermelho na sociedade. O que era até então um ambiente já desafiador, tornou-se francamente hostil. E o que mais preocupa é a forma como essas decisões estão sendo tomadas: sem previsibilidade, sem diálogo, sem transparência — e, em muitos casos, sem consistência.
O Brasil possui uma carga tributária elevada (33% do PIB) e o retorno em serviços públicos é baixo. Segundo dados do IPEA e da Receita Federal:
Os 20% mais pobres pagam proporcionalmente mais impostos, mas são os que menos recebem em educação, saúde e segurança.
A classe média vê seus impostos drenados por ineficiências estatais e ausência de política redistributiva.
Mais de 50% da arrecadação tributária no Brasil vem de impostos sobre consumo, como ICMS, PIS e COFINS. Esses tributos são indiretos, invisíveis e altamente regressivos:
Um trabalhador que ganha 2 salários mínimos pode comprometer até 30% da sua renda com impostos embutidos em produtos básicos.
O Imposto Invisível que Reduz o Consumo
A tributação indireta cria um teto invisível para o consumo popular. Ao encarecer alimentos, energia, transporte e produtos básicos, ela:
Reduz a capacidade de poupança das famílias
Dificulta a mobilidade social
E freia o crescimento interno do varejo e da indústria nacional
Do ponto de vista dos investimentos, isso afeta a demanda agregada e reduz o potencial de expansão sustentável da economia.
O que aconteceu, afinal? O Governo quer mais
Não satisfeito, de maneira súbita e pouco articulada, o governo anunciou mais uma série de medidas que alteram significativamente o regime de tributação de diversos instrumentos financeiros. Entre os pontos mais relevantes estão:
Cobrança de IOF sobre aportes em VGBL, tradicionalmente visto como um veículo de previdência com planejamento sucessório e tributário eficiente;
Fim da isenção sobre LCI e LCA, o que compromete a atratividade desses ativos de renda fixa que hoje representam uma parcela das carteiras de investidores conservadores;
Aumento das alíquotas de IOF sobre operações cambiais, encarecendo e dificultando a internacionalização patrimonial;
Unificação da alíquota de Imposto de Renda sobre investimentos em 17,5%, independentemente do prazo ou do tipo de ativo.
Estas mudanças, embora ainda em parte em tramitação ou discussão, já geraram impactos imediatos no comportamento da sociedade. Fundos passaram a reavaliar seus portfólios, instituições e empresas interromperam captações e a sociedade, perplexa, segura decisões importantes até a poeira baixar — sem garantia de que isso de fato ocorrerá. Eu vou deixar abaixo, as principais propostas da alteração:
Impactos Pessoas Físicas no Brasil
Impactos Investimentos no Exterior
Impactos para Investimentos em Cryptos
O preço da imprevisibilidade
A forma como essas decisões vêm sendo implementadas agrava ainda mais a situação. O ciclo natural de propostas, debates e aprovações foi substituído por decretos apressados, medidas provisórias e falas públicas que confundem mais do que esclarecem. Em vez de diálogo com a sociedade, setores produtivos e financeiro, temos anúncios em tom de ultimato. Em vez de planejamento fiscal sustentável, temos improviso político.
Para a sociedade, isso gera um efeito devastador: a paralisia decisória. Como agir diante de um cenário que muda a cada semana? Qual o sentido de elaborar um plano tributário hoje, se ele pode se tornar obsoleto em 15 dias?
A imprevisibilidade não apenas desorganiza a alocação de ativos: ela mina a confiança. E sem confiança, a economia recua. O capital interno se retrai; o externo, simplesmente desvia.
Quem paga a conta?
Durante a campanha, o presidente Lula prometeu “colocar o pobre no Orçamento”, mas o que se observa na prática é um aumento contínuo dos gastos públicos sem cortes compensatórios — o que, na realidade, acaba empobrecendo ainda mais a população. Diferente de uma família, que ajusta seus gastos para não comprometer sua renda ou poupança, o governo segue ampliando despesas, muitas vezes burlando o próprio arcabouço fiscal, e acumulando déficits que aumentam a dívida pública.
Desde o início do atual mandato, já são mais de R$ 320 bilhões em gastos fora da meta fiscal — sem pandemia ou eventos excepcionais que justifiquem esse nível de expansão. O resultado? Maior pressão por impostos, inflação persistente e menor espaço para investimentos produtivos. A sociedade paga a conta!
Brasil no contexto global: pequeno, mas barulhento
É importante lembrar que o Brasil representa apenas cerca de 1% do mercado global de capitais, apesar de ser a 7ª maior população do mundo. Nosso PIB, por sua vez, não passa de 2% da economia global. Em outras palavras: somos um mercado pequeno e frágil, que fala alto demais dentro de casa, mas cada vez menos ouvido lá fora. “Da porta de casa para dentro, somos uma família desestruturada. Da porta para fora, somos puro marketing e glamour instagramáveis.”
No mar revolto brasileiro, orientação é sobrevivência
A mensagem que eu deixo não é de pânico — é de urgência. Em um ambiente onde as regras mudam com frequência, ter paciência é essencial, mas ela precisa vir acompanhada de ação e orientação técnica.
Quem tenta se adaptar sozinho corre o risco de errar no escuro. E quem não se adapta corre o risco de pagar caro, na forma de tributos desnecessários, perdas patrimoniais ou simplesmente oportunidades desperdiçadas.
Eu sempre busquei abrir novas possibilidades de diversificação para os meus clientes, com acesso a economias estáveis, moedas fortes, sistemas tributários previsíveis e oportunidades setoriais que simplesmente não existem no Brasil.
Mas cuidado que não é apenas sair por aí comprando ações da Apple ou investir em um fundo global qualquer. É entender o momento de vida, os objetivos patrimoniais, os herdeiros envolvidos, o regime de casamento, o plano sucessório — e então, estruturar carteiras e produtos como contas offshore, trusts, seguros vida com benefício fiscal e fundos internacionais sob medida.
Na Aletinvest, eu guio os clientes com independência, profundidade técnica e visão global. Atuo de forma integrada, oferecendo:
Planejamento tributário com inteligência fiscal;
Alocação de investimentos local e internacional;
Previdência e seguros com foco sucessório;
Estruturas internacionais sob medida;
Estratégias de proteção patrimonial em múltiplas jurisdições.
Construa um patrimônio que resista a qualquer governo, imposto ou instabilidade.
O novo cenário fiscal brasileiro reforça uma verdade que há tempos eu defendo: diversificação não é sobre retorno, é sobre sobrevivência patrimonial. Diversifique sua carteira não apenas por classe de ativo, mas por jurisdição, por moeda, por regime regulatório. Diversificar é suavizar a jornada.
Conte comigo!
Alex Rocha, CGA
@aletinvest
Sócio fundador Aletinvest Athena Capital, especialista em Finanças Comportamentais pela U. Chicago (EUA) e Consultor Financeiro CGA®.